Confesso que este carnaval está sendo um pouco frustante pra mim. Estou com muito mais sono do que queria e mal consegui acompanhar os desfiles desta noite. Preciso rever a estratégia para o carnaval 2012.
Estou um pouco triste também pelo fim dos desfiles do grupo especial de São Paulo. A programação de hoje e de amanhã é, pra mim, apenas um complemento. O carnaval de verdade já passou.
Aliás, passou e me deixou com vários pontos de interrogação na cabeça. Na análise do primeiro dia, cravei apenas uma escola rebaixada e disse que nenhuma das outras corria risco. Isso porque eu esperava que a outra rebaixada viesse do sábado. Mas as escolas foram tão regulares (prefiro "regulares" a "boas", pra não parecer que eu gostei mais do desfile de ontem que do de sexta) que ficou difícil cravar quem cai. Com isso, até escolas como Tom Maior e Tucuruvi passam a correr riscos consideráveis.
Sem mais delongas, vamos à análise do dia 2:
- Nenê de Vila Matilde: O enredo sobre o sal era arriscado, mas o samba vencedor das eliminatórias já indicava que a escola havia subido pra ficar. E foi além: com muita criatividade, a história foi contada de um jeito bastante original e a sensação que fica é que a escola só corre risco de cair se os jurados forem muito incompetentes ou preconceituosos. Palpite: briga por um desfile das campeãs.
- Águia de Ouro: Samba ruim e desfile morno (sem trocadilhos com o enredo, o fogo). A tecnologia empregada no abre-alas (que tinha painéis de LED e um lança-chamas gigante) contrastava com a simplicidade de várias alas, inclusive a bateria, que veio vestida de bombeiro (aquele que apaga o fogo - oi?). Palpite: briga pra não cair.
- Mocidade Alegre: Na análise dos sambas eu disse que estava torcendo pra eles reduzirem a velocidade da música no dia do desfile. E foi isso que fizeram. Com um samba mais cadenciado, a escola ficou mais à vontade pra mostrar a beleza que a caracteriza há vários anos. Mesmo com o problema no quarto carro (que não entrou na avenida), quem disser que a Mocidade está fora da briga estará arrumando encrenca. As surpresas da bateria, os carros alegóricos e as fantasias mantém a expectativa dos integrantes da escola. Palpite: briga pelo título.
- Unidos de Vila Maria: Clichês e mais clichês. Não sei se é porque foram dois enredos sobre teatro no mesmo ano, mas a impressão que eu tenho é que não tem como ser original com um tema desses. Afinal de contas, todo teatro é construído pra receber óperas, clássicos, balés, festivais. As fantasias e os carros até estavam bons, mas a história estava chata. Palpite: não briga por nada.
- X-9 Paulistana: Originalidade e simplicidade. O desfile foi um dos mais interessantes da noite, embora não ache que seja suficiente pra brigar pelo título. A comissão de frente foi um dos destaques da escola, que levou ao Anhembi fantasias de fácil assimilação e alegorias totalmente inseridas no enredo. Palpite: briga, no máximo, por um desfile das campeãs.
- Gaviões da Fiel: Outra escola que não dá pra considerar carta fora do baralho, embora tenha apresentado um desfile aquém do esperado, pelo menos pra mim. Falar de Dubai parecia ser sinônimo de luxo em fantasias e alegorias, mas o que veio pra avenida foi algo mais simples. Simples até demais, se levarmos em conta a capacidade da Gaviões. Palpite: briga por um desfile das campeãs.
- Império de Casa Verde: Um desfile animado, irreverente e criativo. Na minha opinião, o Império poderia ter explorado mais o trocadilho com "saideira" (a última cerveja pedida e a última escola a desfilar), principalmente no último carro, que era o próprio bar. A história foi contada de uma maneira didática, de fácil assimilação, e a homenagem à Camisa Verde e Branco no último setor foi de uma intensidade rara nos dias atuais (Camisa é a madrinha do Império e foi campeã do primeiro desfile no sambódromo do Anhembi falando exatamente de cerveja). Palpite: briga por um desfile das campeãs.
Daqui a pouco publico um novo post, com comentários gerais sobre o desfile e um resumo dos palpites para a apuração de terça-feira.
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