O ano nem acabou e eu já estou ligado no carnaval 2011. Como há anos meu carnaval é na frente da tv vendo os desfiles de São Paulo e do Rio, vou aproveitar que já estou ouvindo os sambas há semanas e dar minha opinião sobre eles, começando pelo Grupo de Acesso de São Paulo.
- Torcida Jovem ("Quem foi rei nunca perde a majestade", sobre os vários tipos de rei): torço para que ao menos permaneça no Acesso. O samba é mediano, tem boa melodia, mas letra um pouco fraca. Como fala em Pelé, deve levantar a torcida. Nota 9,25
- Acadêmicos do Tatuapé ("O domingo é especial", sobre o primeiro - para alguns, último - dia da semana): a letra é boa, mas os refrões são muito superiores ao resto da música. Gostei, é anos-luz melhor que o da União da Ilha de 1977 (não, eu não conheço todos os sambas de todos os anos, já tinha ouvido esse por acaso). Nota 9,50
- Imperador do Ipiranga ("Na arte e na fantasia, no esplendor de um 'bal masqué', só quem é arlequim, pierrô e colombina saberá entender", sobre a história dos carnavais): o tema é muito batido, mas o samba é bom e didático. Nota 9,75
- Morro da Casa Verde ("Sorria, você está na Bahia! A festa vai começar, os tambores anunciam", sobre... adivinhem): Bahia, de novo?! Outro tema repetido à exaustão (e parece que não se cansam). O samba é muito longo, mas bem didático e abrangente. Nota 10,00
- Camisa Verde e Branco ("Paulista viva, vista a Camisa. A mais paulista das avenidas", sobre a Avenida Paulista): fazer um enredo sobre uma avenida é muita coragem (a Vila Maria ousou ainda mais em 2003 e falou sobre a Via Dutra). A letra é excelente e a melodia mantém o nível. Nota 10,00
- Uirapuru da Mooca ("Botequim da alegria, o Uirapuru te convida a brindar! Bar da ilusão,o doce gosto da vida!", sobre o bar): A letra é engraçadinha, mas não me conquistou muito. O enredo tem potencial e o desfile pode salvar a escola. Nota 9,50
- Leandro de Itaquera ("Da fonte essencial da vida ao testamento líquido da ilusão, um brinde ao meu samba. E beba com moderação", sobre bebidas): misturar cerveja, whisky, leite e água num mesmo enredo é demais. A letra até não é difícil de entender, mas é uma geleia geral. Nota 9,25
- Dragões da Real ("A felicidade se conta em contos", sobre histórias infantis): um dos melhores sambas do ano, juntando Especial e Acesso. Refrões espetaculares e melodia envolvente. Nota 10,00
Obs: tentei dar as notas como um jurado (metido eu, né?), ou seja, usando apenas múltiplos de 0,25. Por isso as notas tão altas e parecidas.
Nos próximos capítulos, os sambas do grupo especial de São Paulo e os do Rio de Janeiro e de Porto Alegre (sim, eu tenho os sambas de Porto Alegre!).
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