segunda-feira, 7 de março de 2011

Análise dos desfiles - Dia 3

Antes de mais nada, sim, é o dia 3, e não o dia 1 do Rio de Janeiro. Como falei ontem, os desfiles do Rio são, pra mim, um complemento dos de São Paulo, apenas uma forma de a crise de abstinência não bater tão cedo. Isso não significa, lógico, que eu não goste de assistir. E de palpitar. Vamos lá, então:

- São Clemente: Escola irreverente, engraçadinha e que desfilou sem a preocupação com o rebaixamento que acompanha toda escola que vem do grupo de acesso. Fez um desfile correto, mas sem muita originalidade (exceto na comissão de frente). O preconceito dos jurados pode pesar e a escola pode acabar em último, o que, este ano, significa apenas ser a primeira escola a desfilar na segunda noite em 2012. Palpite: candidata a lanterna.

- Imperatriz Leopoldinense: O enredo prometia, mas a comissão de frente deu um nó na história. Como é que uma escola que pretende contar a história da medicina em ordem cronológica abre seu desfile com os Doutores da Alegria?! Tirando esse momento sem noção, o desfile foi interessante e o samba foi muito bem levado pelo excelente Dominguinhos do Estácio. Palpite: fica no meio da tabela.

- Portela: Aproveitei que a escola entrou muito mal e não estava concorrendo a nada e tirei um cochilo, ou seja, não vi muita coisa.

- Unidos da Tijuca: Sem palavras. Paulo Barros se supera a cada ano e, se as surpresas da comissão de frente estão atingindo um nível perigoso (aumentar expectativas todo ano pode gerar decepção num futuro próximo), as inovações nas fantasias e nas alegorias ainda podem continuar por um bom tempo. Destaque para o abre-alas (Barca de Caronte), carro mais bonito da primeira noite, e para o tripé Tubarão. A pequena correria no final pode atrapalhar um pouco, mas sem dúvida é uma das candidatas ao troféu principal. Palpite: briga pelo título.

- Unidos de Vila Isabel: Rosa Magalhães é Rosa Magalhães, nem tem muito o que comentar. Apesar de o enredo ser estranho, em vários momentos chato e até meio sem pé nem cabeça, o luxo das fantasias e das alegorias compensou. Só não foi o bastante pra brigar pelo título. Destaque para a comissão de frente, com uma Medusa bastante original. Palpite: fica no meio da tabela.

- Estação Primeira de Mangueira: A Mangueira é tão emozzzzzzzzzzionante que, depois de uma noite de luta contra o sono, não resisti e fui dormir antes do segundo carro. Mas, pelo que vi em fotos e vídeos, foi aquilo de sempre: verde e rosa pra tudo quanto é lado, enfeiando a paisagem (quem disse que essas cores combinam?) e causando enjoos. Pra não dizer que eu só critico, a comissão de frente estava muito legal e usava bem o elemento alegórico de apoio, coisa que nem toda escola faz. Palpite: fica no meio da tabela.

Só falta uma noite e a crise de abstinência começa a dar sinais de vida.

2 comentários:

  1. Gostei da Tijuca!

    Você concorda com alguns comentaristas quando dizem que o excesso de coreografias nas alas tira a alegria dos passistas? Eu acho que não, e o espetáculo ganha muito com isto!

    Abraços!

    ResponderExcluir
  2. George,

    Não, não concordo. Acho que tem espaço pra tudo, inclusive pra coreografias. Escola de samba tem que ser um espetáculo pro público, e se o componente não fica feliz em fazer parte disso (inclusive nas coreografias), o que ele está fazendo lá?

    ResponderExcluir