Antes de mais nada, sim, é o dia 3, e não o dia 1 do Rio de Janeiro. Como falei ontem, os desfiles do Rio são, pra mim, um complemento dos de São Paulo, apenas uma forma de a crise de abstinência não bater tão cedo. Isso não significa, lógico, que eu não goste de assistir. E de palpitar. Vamos lá, então:
- São Clemente: Escola irreverente, engraçadinha e que desfilou sem a preocupação com o rebaixamento que acompanha toda escola que vem do grupo de acesso. Fez um desfile correto, mas sem muita originalidade (exceto na comissão de frente). O preconceito dos jurados pode pesar e a escola pode acabar em último, o que, este ano, significa apenas ser a primeira escola a desfilar na segunda noite em 2012. Palpite: candidata a lanterna.
- Imperatriz Leopoldinense: O enredo prometia, mas a comissão de frente deu um nó na história. Como é que uma escola que pretende contar a história da medicina em ordem cronológica abre seu desfile com os Doutores da Alegria?! Tirando esse momento sem noção, o desfile foi interessante e o samba foi muito bem levado pelo excelente Dominguinhos do Estácio. Palpite: fica no meio da tabela.
- Portela: Aproveitei que a escola entrou muito mal e não estava concorrendo a nada e tirei um cochilo, ou seja, não vi muita coisa.
- Unidos da Tijuca: Sem palavras. Paulo Barros se supera a cada ano e, se as surpresas da comissão de frente estão atingindo um nível perigoso (aumentar expectativas todo ano pode gerar decepção num futuro próximo), as inovações nas fantasias e nas alegorias ainda podem continuar por um bom tempo. Destaque para o abre-alas (Barca de Caronte), carro mais bonito da primeira noite, e para o tripé Tubarão. A pequena correria no final pode atrapalhar um pouco, mas sem dúvida é uma das candidatas ao troféu principal. Palpite: briga pelo título.
- Unidos de Vila Isabel: Rosa Magalhães é Rosa Magalhães, nem tem muito o que comentar. Apesar de o enredo ser estranho, em vários momentos chato e até meio sem pé nem cabeça, o luxo das fantasias e das alegorias compensou. Só não foi o bastante pra brigar pelo título. Destaque para a comissão de frente, com uma Medusa bastante original. Palpite: fica no meio da tabela.
- Estação Primeira de Mangueira: A Mangueira é tão emozzzzzzzzzzionante que, depois de uma noite de luta contra o sono, não resisti e fui dormir antes do segundo carro. Mas, pelo que vi em fotos e vídeos, foi aquilo de sempre: verde e rosa pra tudo quanto é lado, enfeiando a paisagem (quem disse que essas cores combinam?) e causando enjoos. Pra não dizer que eu só critico, a comissão de frente estava muito legal e usava bem o elemento alegórico de apoio, coisa que nem toda escola faz. Palpite: fica no meio da tabela.
Só falta uma noite e a crise de abstinência começa a dar sinais de vida.
Gostei da Tijuca!
ResponderExcluirVocê concorda com alguns comentaristas quando dizem que o excesso de coreografias nas alas tira a alegria dos passistas? Eu acho que não, e o espetáculo ganha muito com isto!
Abraços!
George,
ResponderExcluirNão, não concordo. Acho que tem espaço pra tudo, inclusive pra coreografias. Escola de samba tem que ser um espetáculo pro público, e se o componente não fica feliz em fazer parte disso (inclusive nas coreografias), o que ele está fazendo lá?