terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Desfiles do Rio de Janeiro - segunda noite

Terminou. Sem uma escola que tenha feito um desfile arrebatador, com cara, corpo e jeito de campeão, o título deve ser decidido nos detalhes. Isso, claro, se os jurados tiverem visto o mesmo desfile que a gente, o que nem sempre acontece.

A São Clemente abriu a noite com força, e pode ter conseguido com isso se manter no Grupo Especial (acho que sobrou pra Porto da Pedra). O estilo irreverente esteve presente e o enredo, confuso à primeira lida, fluiu tranquilo e bonito de se ver. A União da Ilha fez um desfile surpreendente, firmando sua posição na elite e almejando voos maiores.

O Salgueiro trouxe o pior samba do ano (cheio de clichês desnecessários), e fez um desfile sonolento. As alegorias pareciam ser todas iguais (muito vermelho e laranja junto) e a Furiosa não empolgou. Já a Mangueira... Uma comissão de frente de arrepiar (apesar do conceito simples), alegorias bem acabadas (finalmente, hein?!) e uma bateria que se calou e deixou o samba ser levado apenas pelo público. No ano passado isso já havia sido feito, com uma duração menor, e a escola foi severamente punida pelos jurados. O maior problema de fazer uma paradona de dois minutos é retomar a bateria no mesmo andamento de antes. Vamos ver como os jurados vão interpretar esse ano.

A Unidos da Tijuca veio um nível abaixo dos últimos anos, mas continuou inovando na comissão de frente. Todo mundo sempre tem grandes expectativas sobre Paulo Barros, mas a culpa disso é dele. Se o cara que colocou centenas de pessoas em cima de um carro em 2004 traz um carro de cabeça pra baixo em 2007, uma pista de esqui com gelo de verdade em 2008 e um truque de mágica dificílimo em 2010, é de se imaginar que sua criatividade não tem limites. E ele vem conseguindo provar isso. Mas não foi um desfile pra título.

Fechando o carnaval, a Grande Rio fez um desfile que começou em 7 de fevereiro de 2011. O enredo é bom e foi bem conduzido, mas a coreografia da comissão de frente foi desnecessariamente longa e, no final, a escola acelerou bastante. Ainda é favorita, mas não está entre as minhas favoritas.

Minhas notas para a segunda noite:



S.Clemente
U.da Ilha
Salgueiro
Mangueira
U.da Tijuca
Grande Rio
Aleg. e adereços
9,9
10
9,9
9,9
10
10
Bateria
10
10
10
9,9
9,9
10
Com. Frente
9,9
9,9
10
10
10
9,8
Conjunto
9,8
10
9,7
9,9
9,9
10
Enredo
9,9
9,9
9,9
10
10
10
Evolução
10
9,9
10
10
10
9,8
Fantasias
10
10
9,9
9,9
10
10
Harmonia
10
10
9,7
10
9,8
10
MSPB
10
10
10
10
10
10
Samba-enredo
9,8
9,8
9,5
10
9,8
9,9
Total
99,3
99,5
98,6
99,6
99,4
99,5


Agora os meus palpites para a apuração de amanhã, levando em conta as minhas impressões sobre os desfiles, mas também o pensamento comum dos jurados:

- Brigam pelo título: Portela, Mangueira, Grande Rio e Beija-Flor
- Brigam por desfile das campeãs: União da Ilha, Vila Isabel e Unidos da Tijuca
- Meio de tabela: Salgueiro, Mocidade, Imperatriz e São Clemente
- Devem ser rebaixadas: Renascer e Porto da Pedra

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Desfiles do Rio de Janeiro - primeira noite

Começamos bem. Temas um pouco repetidos, alguns problemas com alegorias, mas excelentes desfiles.

A Renascer chegou ao Grupo Especial com a missão de vencer o preconceito dos jurados, já que só milagres salvam a escola que sobe. Apresentou um desfile bem feito, com boa estrutura e bom andamento. Algumas alegorias não causaram o impacto que seria desejável, mas, preconceito à parte, dá pra se manter no Especial.

A Portela fez um desfile lindo, emocionante, com cara de título. Maaaaaas, a escola desfilou muito cedo, e isso também pesa contra na hora do julgamento. Samba envolvente, alegorias bem acabadas, evolução perfeita. A Portela merecia um desfile assim.

Imperatriz e sua sonolência. Sério, o desfile durou 2 dias, 17 horas e 58 minutos. Técnico como sempre, sem emoção como voltou a ser nos últimos anos. A Mocidade agradou na parte visual e no andamento do samba, mas não achei que foi um desfile de impacto, algo necessário para uma escola que deixou de ser grande ter chance de título. A Porto da Pedra tinha um enredo interessante, mas que foi estruturado de maneira errada. O estilo das fantasias, luxuoso e clássico no início e original e irreverente no final, também não me agradou.

A Beija-Flor fez o seu feijão com arroz, que no caso dela é ser mais uma vez candidata ao título. Fantasias e alegorias bem acabadas, samba bom e comunidade sempre presente. Mas a evolução foi um desastre. Começou rápida como uma escola grande precisa ser, mas VOOU depois que a bateria entrou no recuo. Percebendo o erro, reduziu a marcha e quase parou. No fim, sem a menor necessidade, voltou a acelerar.

Fechando o dia, a Vila Isabel trouxe uma comissão de frente estranha. Tinha uma alegoria original, que representava a savana africana, mas que não entendi se fazia parte da apresentação para os jurados. Desfile regular, candidato a voltar no sábado. Acho que só isso.

Minhas notas para a primeira noite:



Renascer
Portela
Imperatriz
Mocidade
P.da Pedra
Beija-Flor
V.Isabel
Aleg. e adereços
9,8
9,9
9,7
9,9
9,7
10
9,9
Bateria
9,9
10
10
10
10
10
10
Com. Frente
9,8
10
9,6
10
9,7
9,9
9,8
Conjunto
9,9
10
9,9
10
9,8
9,9
9,9
Enredo
10
10
9,8
9,9
9,7
10
9,8
Evolução
9,8
10
9,5
9,7
10
9,7
10
Fantasias
9,9
9,9
10
9,9
9,8
10
10
Harmonia
10
10
10
10
10
10
10
MSPB
9,8
10
10
10
10
10
10
Samba-enredo
9,9
10
9,7
9,9
9,9
9,9
10
Total
98,8
99,8
98,2
99,3
98,6
99,4
99,4